Uma semana dedicada a leitura 😉
A dica de hoje: livro A individualidade numa época de incertezas
Autores: Zygmunt Bauman e Rein Raud
Rio de Janeiro: Zahar, 2018
Apresentação:
Como surge a individualidade? Será que ela segue o mesmo padrão em diferentes pessoas e culturas? Ou é uma construção sociocultural que não pode ser entendida fora do contexto histórico? Se assim for, o que está acontecendo agora – seus padrões estariam mudando nos dias atuais? Será que a nova tecnologia nos garante mais autonomia ou nos induz a abrir mão da liberdade de que desfrutamos?
Essas são algumas das questões que Zygmunt Bauman e o pensador estoniano Rein Raud investigam neste diálogo amplo e envolvente, em que debatem um conceito que assumiu particular importância em nosso tempo: o de individuação. Hoje, rodeados pela incerteza, como percebermos a nós mesmos em um mundo que muda cada vez mais rápido?
À luz da sociologia, filosofia, teoria cultural e também da literatura, Bauman e Raud revisitam as ideias acerca de como a individualidade se constituiu em diversas épocas e tradições, e examinam como ela é construída e descontruída na vida social – seja por meio da linguagem, dos esforços de autorrepresentação, das tentativas de autorrealização, bem como pela interação com os outros.
Bauman (2018, p. 14) descreve que:
com efeito, a “história da modernidade” é também a história “de certo tipo de self”. Mas que tipo de self? Ou melhor, que tipo de “modalidade existencial”? A meu ver, foi esta última que mudou radicalmente com o advento da modernidade.
Que mudanças ele refere a modalidade existencial?
- Tornou-se objeto de investigação
- Foi separada: sujeito que pensa, sente, planeja e age; dos objetos (passivos)
- Foi promovida ao status de objeto principal (com autocontrole, autoinvestigação, autoformação, autoafirmação)
A individualidade numa época de incertezas divide-se em seis capítulos, sendo eles:
- Para começar
- Selves na linguagem
- Selves em atuação
- Autorrealização
- Selves conectados
- A composição dos selves
Um dos capítulos que mais gosto do livro é o cinco: Selves conectados
Logo no inicio do capítulo Raud questiona Bauman:
“Mas será que as formas como nos conectamos essencialmente interessam?” (BAUMAN, RAUD, 2018, p. 97)
Sim, é a resposta de Bauman e entre muitas explicações que valem ler este capítulo, segundo Bauman “internet: bênção e maldição combinadas e tornadas inseparáveis” (BAUMAN, RAUD, 2018, p. 97).
Boa leitura!!!