Um ótimo artigo publicado por Van Dijck e Alinead em 15/12/2020 analisa como ocorreu na Holanda a dinâmica da troca de informações mediada pelas redes sociais na pandemia. Em muitos aspectos esta análise de assemelha a dinâmica no Brasil.
Segundo as autoras o modelo linear é o institucional para divulgação de descoberta científicas, conforme figura 1

Contudo, o que se viu na pandemia da Covid19 obedeceu um novo modelo de troca de informações (figura 2).

Nesta sociedade tão “apressada” sem paciência, esperar as respostas repletas de números e dados da ciência e do filtro do governo é muito tedioso. Neste sentido, muitos deixam-se envolver pelos algoritmos cujo foco é maximizar a atenção online, post repletos de emoções, sentimentos, memes, opiniões e, encorajando as multidões também opinarem. Logo, “as vozes de não especialistas ganham influência por meio de mensagens e vídeos que postam e também por meio de curtidas, compartilhamentos, retuítes e recomendações automatizadas promovidas por plataformas; “Amigos” e não especialistas parecem ser qualificados para comunicar informações científicas no mesmo nível de instituições ou especialistas” (Van Dijck e Alinead, 2020, online).
Conforme as autoras os dois modelos (figuras 1 e 2) operaram simultaneamente, elas resumem três pontos importantes : “(1) as mídias sociais são implantadas para minar e aumentar a confiança do público na perícia científica durante uma crise de saúde; (2) o modelo em rede de comunicação científica transformou, em vez de substituir, o modelo institucional; e (3) os atores institucionais envolvidos neste processo precisam desenvolver estratégias de comunicação distintas nas várias fases de um debate público.” (Van Dijck e Alinead, 2020, online).
Leia o artigo completo em:
Van Dijck J, Alinead D. Mídia social e confiança em perícia científica: Debatendo a pandemia de Covid-19 na Holanda. Social Media + Society . Outubro de 2020. doi: 10.1177 / 2056305120981057