“Os riscos de hoje em dia afectam todos os países, povos e classes sociais, pois, como dizia Ortega y Gasset, já não existem “ilhas de humanidade”. As consequências serão sempre globais e já nunca e tão só, pessoais”.
“Aquilo que se consome não é o objeto em si próprio, mas o seu valor de troca enquanto signo, em função do prestígio, estatuto ou categoria que confere, ou seja, enquanto sinal de mobilidade.
É esta a grande razão que impulsiona a efemeridade dos produtos, a necessidade da sua renovação permanente. O valor e o ímpeto pós-Moderno giram em torno do valor novidade. Mas a novidade visa à exclusão da maioria, incapaz de a assimilar devidamente e manter a auréola dos privilegiados. A categoria pós-moderna do novo passa a ser um distintivo que compensa a necessidade de mobilidade social, igualdade e aspiração ao progresso social e cultural.”
Fonte: Gomes, C. (2018). Ortega y Gasset: no caminho da hipermodernidade. Uma visão projetiva da Contemporaneidade. Ideas y Valores, 67 (168), 43-57.