Este tipo de movimentação não acontecia desde 2016, quando a crise econômica fez o brasileiro preferir modelos mais baratos, provocando um salto de 48% na venda destes aparelhos.
O mercado de smartphones também registrou uma surpreendente alta de 6,2%, com 12,1 milhões de unidades vendidas, superando as previsões que indicavam queda de 6%. Os dados fazem parte do estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker, realizado pela IDC Brasil.
Renato Meireles, analista de Mobile Phones & Devices da IDC Brasil, acredita que os resultados foram causados pelo lançamento de um novo sistema operacional para a categoria, o KaiOS.
Ele tornou os feature phones mais inteligentes e passou a atender o consumidor que prefere modelos mais simples e fáceis de usar, mas que também quer usar os aplicativos que já fazem parte da rotina do brasileiro.
Com as inovações, o preço do celular aumentou 4% e passou a custar, em média, R$ 132. A receita também cresceu e, no segundo trimestre de 2019, foi de R$ 112, 7 milhões, 39,3% a mais do que no mesmo período do ano passado.
As opções de smartphones também foram renovadas e entraram produtos de outros fabricantes no mercado brasileiro. Para Meireles, “o consumidor encontrou aparelhos com recursos novos, especificações bem diferenciadas e atributos muito esperados nos últimos meses”. O preço médio ficou em torno de R$ 1.252, o que resultou em um faturamento de R$ 15,1 bilhão, 15,6% a mais do que o segundo trimestre de 2018.
Para o terceiro trimestre deste ano, a previsão da IDC Brasil para o mercado de feature phones é de alta de 31,4%. Os smartphones deverão sofrer queda de 1% em suas vendas, devido ao alto estoque nos canais. Meireles afirmou que as fabricantes deverão ofertar smartphones com preços mais baixos, já que no segundo trimestre o preço médio subiu 8,9% e o varejo deve fazer promoções para estimular o consumo e baixar os estoques.
As projeções da empresa para o ano passaram de um crescimento de apenas 0,4% para 26,1% nas vendas de feature phones. No total, 3,2 milhões de celulares deverão ser vendidos. Já o mercado de smartphones deve fechar o ano com vendas de 45 milhões de aparelhos, queda de 1,3%, pouco melhor do que o saldo negativo de 2,4% inicialmente projetado.