
Uma pesquisa recente apontou que 49% dos vídeos assistidos online na América Latina foram exibidos em smartphones (37%) e tablets (12%). Ainda assim, li esses dias que a era do ‘Mobile Video’ ainda está engatinhando no Brasil. De fato, apesar de já estar bem claro que, no mobile, a publicidade em vídeo é um dos formatos preferidos dos anunciantes e dos consumidores, conforme falamos aqui, ainda temos muito que aprender.
As agências e os anunciantes ainda estão aprendendo a se comunicar por meio de vídeos que são exibidos em dispositivos mobile com telas menores e plano de dados limitados, estão aprendendo que, nesta plataforma, 30 segundos é muito tempo, estão aprendendo que no mobile a mensagem é entendida de maneira mais rápida – 34% da mensagem é entendida em 5 segundos, e 74% em 10 segundos – e estão aprendendo que dá para fazer mais com menos, já que que os consumidores estão abertos a produções mais simples pois estão sendo impactados o tempo todo por seus amigos e familiares fazendo vídeos do sofá de casa ou de dentro do carro.
O mercado em geral está aprendendo que o conteúdo, a criatividade e a adaptação ao meio são os maiores fatores de sucesso. Mas então, se nós temos que nos adaptar ao meio, por que ainda não estamos produzindo vídeos verticais?
Tem um monte de gente que já tem a resposta pronta: Vídeos foram feitos para serem vistos horizontalmente porque o nosso campo de visão é horizontal, as telas de cinema e as TVs são horizontais e etc. Ok, vamos nos lembrar por um momento de que as TVs já foram quadradas e que as telas pequenas e verticais, como as telas dos nossos celulares, são vistas em sua totalidade pelo nosso campo de visão ‘horizontal’, inclusive, com menos interferência da nossa visão periférica.
Apps como Snapchat, Periscope, Instagram tornaram o vídeo vertical uma realidade e os milhões de usuários destas redes não parecem se incomodar com isso. Até o Facebook e o Youtube aceitaram o fato e desde 2015 dão suporte aos vídeos verticais e, nesta semana, o Stories do Facebook foi lançado, ou seja, teremos ainda mais usuários produzindo e assistindo vídeos verticais.
Os smartphones mudaram a maneira como nos conectamos com os nossos amigos, mudaram os hábitos de consumo dos consumidores, mudaram o comportamento das pessoas e também mudaram a forma como vemos e gravamos vídeos. Os smartphones foram projetados para serem utilizados verticalmente e com uma mão só, visto que a experiência do usuário fica mais cômoda e prática desta forma. As pessoas simplesmente não giram seus celulares. Quando foi a última vez que você flagrou um amigo percorrendo o feed do Facebook/Instagram ou digitando uma mensagem no What’s App segurando o celular horizontalmente?
Entendemos que os usuários estão dispostos a usar o celular na horizontal para ver ou fazer algo que seja do interesse deles, jogar um game mobile, por exemplo, ou assistir ao Netflix. Porém, girar o celular para ver um anúncio é mais difícil de acontecer, segundo o Snapchat, os anúncios de vídeos verticais tem 9x mais views do que os anúncios de vídeos horizontais.
Aparentemente, até hoje, nada de muito espetacular foi gravado verticalmente, mas talvez seja porque ainda não existisse o incentivo correto para que os vídeos verticais fossem bem produzidos e editados. Os consumidores amam vídeos verticais. Quer um incentivo melhor que este?
Se você pensar bem, o layout vertical tem sido utilizado há bastante tempo. Belas obras de arte, praticamente todos os livros e revistas, inúmeras intervenções artísticas revolucionárias dos últimos 200 anos.
Os vídeos verticais já estão dominando grande parte do ambiente mobile e é melhor as marcas e as agências começarem a se preparar para as oportunidades e os desafios envolvidos, é uma forma diferente de se pensar, mas pode ser muito poderoso e gratificante, se bem feito. E enquanto engatinhamos em vídeos mobile e continuamos produzindo vídeos horizontais, talvez seja melhor escolher o momento que o celular já está na horizontal, assim “poupamos energia” dos consumidores e garantimos que o vídeo seja exibido da maneira correta
http://adnews.com.br/adarticles/o-futuro-dos-videos-mobile.html