SÃO PAULO – O som da furadeira ainda se mistura ao tilintar das xícaras, mas a frase da fachada não deixa dúvidas: “benvenuti a Eataly”. O restaurante e empório italiano que atrai multidões na Quinta Avenida, em Nova York, abrirá suas portas no próximo dia 19, em um galpão de 4.500 metros quadrados no Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo. Será a 29ª loja do grupo, que movimenta 400 milhões de euros por ano, no mundo. A rede está espalhada também pela Itália, Japão e Turquia.

A inauguração acontece menos de dois anos depois de os executivos terem tido a ideia de abrir uma unidade no Brasil. A justificativa para o negócio não é só financeira. O Eataly em São Paulo pretende ser uma homenagem aos dois milhões de italianos que migraram para o Brasil no começo do século passado e ao acolhimento dos brasileiros a eles.

O ambiente reproduz a profusão de sabores e produtos da versão nova-iorquina da loja. São sete restaurantes temáticos, servindo carnes, peixes, pizzas e macarrão. Há ainda uma gelateria e uma chocolateria. O café Lavazza e a Limonatta italiana dividem espaço com cervejas artesanais brasileiras. Cerca de 25% dos mais de sete mil produtos vendidos no local são produzidos por sócios do Eataly. A curadoria dos demais produtos estrangeiros e nacionais é feita pela equipe do próprio restaurante, de acordo com os critérios da filosofia slow food, que preconiza comida boa, barata e sustentável.

– Queremos promover a integração e interação das duas culturas na cozinha. Fizemos uma pesquisa para descobrir produtos brasileiros que serão usados na fabricação das nossas massas e queijos. A muçarela será feita com a excelência italiana, em nosso laboratório, mas o leite é brasileiro – explicou Oscar Farinetti, fundador do Eataly.

Carlo Petrini, criador da filosofia slow food, afirmou que a loja comprará “a pequena produção familiar agrícola local”. O estabelecimento produzirá queijos diariamente, com leites de vaca e de búfala, que virão de fazendas em Amparo, no interior paulista.