A paixão pelo descartável nas sociedades contemporâneas cria a necessidade do durável. Como se manifesta essa necessidade?
Gilles Lipovetsky – São várias as causas do mito do durável. Primeiro, as razões ecológicas. Temos hoje uma cultura totalmente diferente, em que as pessoas começam a entender, acham imoral jogar tudo fora, desperdiçar… afetaria as próximas gerações. E uma segunda razão é que persiste o gosto pela novidade, mas o antigo reconquistou um certo valor. Eu sou da geração que gostava do novo. Hoje, a gente vê o gosto pelas coisas velhas, pelo vintage[1], pelas antiguidades. O passado recuperou um certo valor, porque a modernidade está mais angustiada e não estamos mais vivendo numa fase na qual se cultua apenas o moderno, o novo. O que dura gera uma certa segurança, uma marca do tempo contra a sociedade do efêmero, do digital, do virtual. Há nisso algo tangível, um pouco nostálgico também. Essa é uma tendência do consumo, porém não a única.
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